Novo roubo na <i>CP</i>
Com greves em curso esta semana, na Carris, e anunciadas para a próxima semana, no Metropolitano de Lisboa, a administração da CP rompeu os acordos de 2011 e volta a reduzir a remuneração do trabalho.
A CP até quer efeitos retroactivos
Convocada pela Fectrans/CGTP-IN e por todas as demais estruturas sindicais representadas na Carris, decorre de segunda-feira até domingo uma greve à primeira e à última hora de serviço, no quadro da luta para exigir o cumprimento do Acordo de Empresa e do contrato colectivo de trabalho, contra o corte nos salários e subsídios e pela reabertura dos postos médicos nas estações.
No comunicado em que apelou à greve e defendeu o desenvolvimento da luta também nas outras duas empresas da Carris, a federação revelou que já retomou o serviço na CarrisTur um funcionário a quem não foi renovado o contrato de trabalho e que, com o apoio do sindicato da CGTP-IN na empresa (STRUP) levou o caso à Justiça, vendo a sua razão reconhecida duas vezes pela Relação.
Pelo número de participantes e pelo nível de discussão, a Fectrans e mais cinco estruturas sindicais e também a Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa consideraram, dia 24 de Abril, que os plenários realizados afirmaram a disponibilidade para prosseguir a luta em defesa dos direitos e da empresa pública. Além de renovarem o apelo à recusa de trabalho extra nos dias do Rock in Rio, avançaram para greves parciais, nas manhãs de 17 e 22 de Maio.
A administração da CP rompeu os acordos que firmou a 21 de Abril e 9 de Junho do ano passado, anunciando que vai pagar abaixo do acordado as horas extraordinárias e o trabalho em dia feriado ou de descanso semanal obrigatório, e que os novos valores vigoram com efeito retroactivo a Janeiro. «A resposta é a luta», garantiu o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, num comunicado de dia 4. O sindicato da Fectrans/CGTP-IN lembra a luta de seis meses, que antecedeu os acordos de 2011, e considera esta medida «um novo roubo a quem já está a ver o seu salário brutalmente amputado».